Na última sexta-feira ocorreu a volta de Caeleb Dressel a uma final de competição, desde que conquistou o título mundial nos 50 m borboleta em junho passado.
Caeleb Dressel, 7 medalhas de ouro olímpicas (5 só em Toquio, 2021), 14 medalhas de ouro em campeonatos mundiais, recordista mundial dos 100 m borboleta (curta e longa), abandonou o Campeoanto Mundial de 2022, após vencer a prova de 50 m borboleta.
O título das matérias veiculadas na internet, no Brasil e no mundo não fizeram jus ao que Caeleb representa no mundo da natação: “Dressel perde de Liendo nos 100 metros borboleta”.
Até algum requinte de frieza e desprezo: “Desta vez, Dressel não conseguiu acompanhar Josh Liendo, seu parceiro de treinamento na Universidade da Flórida e uma estrela internacional em ascensão no Canadá…”
Essa foi a terceira vez na história de vida do nadador que ele parou.
Na primeira foi aos 6 anos de idade, quando eles e os irmãos pararam de nadador devido ao diagnóstico de um câncer do pai. O pai acabou se recuperando.
Na segunda vez foi aos 17 anos, quando Caeleb não conseguiu lidar sozinho com a pressão, carregando a expectativa de ser um novo Phelps. A pressão não vinha dos pais, parentes ou amigos. Vinha da internet, das redes sociais.
Na época ele recebeu conselhos e apoio de sua professora de Geometria, no High School. Ela faleceu em 2017, vítima de um câncer. O esposo de Claire, então, distribuiu, como forma de homenagem, uma bandana a algumas pessoas. Dressel foi uma delas.
Desde então, Caeleb carrega a bandana sempre consigo. Antes de nadar, nos pódios…
Afirma que a bandana vale mais que as medalhas.
Ser atleta de alto nível não é fácil. Gerenciar vitórias, derrotas, alegrias, frustrações e expectativas. Não existe uma fórmula.
A vida é uma mutação constante. Raros são os que conseguem vencer seguidamente. Ninguém consegue vencer sempre.
De um total de 34 eventos individuais em Campeonatos Mundiais; 17 masculinos e 17 femininos. 28 deles são eventos olímpicos. No Campeonato Mundial de 2022, 36% (10/28) dos eventos olímpicos não contaram com o atual campeão olímpico e 44% (15/34) dos eventos não contaram com o campeão mundial anterior.
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Texto escrito por RICARDO DE MOURA