A natação não é mais o esporte que era há 3 Jogos Olímpicos. E não será a mesma após Los Angeles, 2028.
A evolução da modalidade vem como reflexo de uma nova era de inovação, metodologia de treinamento, uso de tecnologia de ponta, periodização moderna, sistema estruturado, calendário definido, ações cautelosamente programadas, critérios de seleção compatíveis com a realidade internacional, equipe multidisciplinar, utilização de marcadores fisiológicos e bioquímicos, avaliações biomecânicas, individualização de trabalho e controle.
Definição de prioridades e absoluto controle.
Cerca de 80% do que acontece na natação e com o nadador não é possível identificar sem o auxílio da tecnologia e da ciência.
Os cientistas da área esportiva estão criando gêmeos digitais de atletas, que podem ser testados em diferentes ambientes para prever o desempenho.
Desde 2015, equipes de pesquisadores da Emory University e da University of Virginia vêm equipando nadadores com dispositivos chamados unidades de medição inercial para registrar a aceleração, orientação e força de seus corpos. Ao contrário do vídeo digital típico, que registra 24 quadros por segundo, esses sensores capturam informações 512 vezes por segundo.
A inteligência artificial avança fornecendo e alimentando um banco de dados da modalidade e dos nadadores, influenciando no programa de treinamento.
O nadador consegue bons resultados algumas vezes no ano, em vez da tradicional periodização que levava o atleta a um só objetivo na temporada.
A periodização não é mais idealizada somente pelo técnico, em períodos determinados no papel ou na planilha de Excel. Quem determina a periodização, em blocos, é o resultado das avaliações periódicas do nadador.
A definição de amadorismo não é mais o que era antes. Nadadores ganham dezenas de milhares de dólares em várias competições de alto nível.
Ganhar a vida como nadador os mantém nadando por mais tempo, lhes dá a oportunidade de melhorar mais, as melhorias contribuem para uma competição mais acirrada em qualquer cenário: piscina longa (50m) ou curta (25m).
É uma mão de via dupla: a natação ganha mais prestígio, visibilidade, recursos e patrocinadores. O nadador consegue sobreviver com o esporte e, para ganhar mais dinheiro, precisa melhorar e bater recordes.
Ao vencer competições com grande visibilidade e bater recordes, ganha dinheiro no evento e atrai patrocínios individuais. É a espiral positiva.
O problema está em quem ainda não percebeu isso.
A cada evento, a distância vai aumentando para quem está mais preparado e estruturado para enfrentar o futuro e os demais.
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Texto escrito por RICARDO DE MOURA