A criança começa a nadar aos 6, 7 ou 8 anos.
Alguns demonstram um talento diferenciado desde cedo, conseguindo vencer as provas com folga.
Os treinadores — muitas vezes por insistência dos pais — aceleram a passagem da criança campeã no programa de treinamento para realizar cargas de treinamento maiores.
A criança continua a melhorar e aos 9 ou 10 anos está ganhando eventos estaduais e regionais – ficando entre os primeiros no Ranking nacional.
Ao passar pelo estirão de crescimento, a criança sente dificuldades em controlar sua estrutura física; sua força, flexibilidade, potência e velocidade na água mudam.
A criança para de vencer ou não consegue mais vencer com tanta facilidade.
Os pais transferem a criança para outro programa de treinamento, acreditando que o motivo pelo qual a criança não está mais vencendo é que o treinador está falhando de alguma forma.
A criança melhora um pouco com o novo treinador, mas logo retorna à sua péssima forma.
A criança tenta eventos de maior distância, programas intensos de preparação física ou alternativas para tentar recuperar a capacidade perdida.
A criança acaba abandonando o esporte na metade da adolescência.
O sucesso no desenvolvimento a longo prazo de um nadador depende da colaboração entre três elementos principais: Treinadores, Atletas e Pais.
Cada um desempenha um papel importante.
Os treinadores devem fornecer liderança técnica e criar um ambiente de aprendizado que favoreça o desenvolvimento das habilidades.
Os atletas, por sua vez, precisam se esforçar ao máximo, mesmo quando se sentem cansados ou desmotivados. Já os pais têm a responsabilidade de fomentar o caráter e valores essenciais nos filhos, como disciplina e honestidade, além de ajudar em aspectos práticos da vida.
Quando esses três grupos estão em sintonia, as chances de sucesso aumentam.
A criança não é uma campeã, mas um jovem ser humano desenvolvendo habilidades físicas, mentais e técnicas de forma sistemática para longo prazo.
Texto escrito por RICARDO DE MOURA